Mudanças climáticas: ameaça à saúde ou oportunidade?

Chuva, sol e frio, tudo em um dia. Não costumava ser assim, dizem os mais velhos, enquanto os outros só espirram como resposta.

As mudanças climáticas têm muitas consequências, muitas, inclusive, podem interferir na nossa saúde: nós dependemos da Terra, se a Terra passa por problemas, nós também passamos.

Parece, porém, que uma parte da população não percebe o fato, assim o planeta continua passando por mudanças negativas para o ser humano. Outro dia eu respondi para uma pessoa que reclamava da alergia por conta das mudanças climáticas ao longo do dia, que isso era resultado do aquecimento global e ela riu, incrédula.

Onde estão as provas de que as mudanças climáticas afetam a saúde?  De acordo com uma reportagem do The Lancet (o jornal com maior prestígio do mundo médico), a mudança climática é uma emergência médica: poderia minar as conquistas dos últimos cinquenta anos (

Como que essas mudanças poderiam acabar com os atuais êxitos médicos? Conquistas como diminuir o número de mortes, melhorar a qualidade de vida, aumentar a expectativa de vida, podem estar, em parte, comprometidas.

Com eventos climáticos extremos se tornando comuns, como furacões, enchentes,  e até secas, o número de mortes tende a subir, além da qualidade de vida dos sobreviventes piorar, sem contar com as ondas de calor, que na Índia já mataram ao menos 500 pessoas (http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/blog-do-clima/2015/05/25/onda-de-calor-mata-mais-de-500-na-india/ ) .

A insegurança com relação aos alimentos, a poluição do ar, diminuem a expectativa e qualidade de vida, afirmam os autores da pesquisa do Lancet. Além de consequências óbvias, como o aumento de alergias e asma.

Doenças indiretas, como câncer de pele por causa do aumento dos raios UV, câncer de pulmão, graças à poluição atmosférica das cidades, também fazem parte do rol de doenças inclusas como consequências de atitudes humanas impensadas, e que são tanto fatores da mudança climática como efeito.

Já a seca leva a um declínio na agricultura, portanto na produção de comida, e, dessa maneira, é possível ter como efeito até guerras, como no caso da Síria, que tem tido seca pelos últimos dez anos, causando fome, doenças, revoltas.

A esperança, todavia, ainda persiste, pois eles argumentam que é possível construir ‘sistemas de saúde mais resilientes’, ou seja, que podemos transformar a situação negativa em uma positiva: utilizando energia limpa (mantém o meio-ambiente livre de poluição, evitando doenças), meios de transportes mais saudáveis para nós e para a Terra (como bicicleta), investindo em pesquisas, não apenas médicas, mas em todas as ciências, inclusive as sociais, para evitar que voltemos a uma forma de vida insustentável para nós para o planeta (http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(15)60931-X/abstract). A mudança climática é uma ameaça á saúde, mas também pode ser uma oportunidade. Depende de nós a decisão de agir eu permanecer na inércia da ameaça.

Laís Vitória Cunha de Aguiar.

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